A pergunta que todos querem saber: os egressos estão empregados?

REVISTA ENSINO SUPERIOR • 29 de outubro de 2019

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Há muitas maneiras avaliar um curso de graduação. O MEC costuma ver o percentual de mestres e doutores no corpo docente, se os conteúdos curriculares possibilitam a efetiva formação profissional, se há articulação entre teoria e prática, se os laboratórios são adequados e uma série de outros aspectos. A empregabilidade dos egressos, contudo, não é medida.

Mas nesse momento de crise econômica, a existência desse indicador ajudaria a melhorar a percepção da sociedade em relação às instituições de ensino superior, acredita Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, entidade que representa instituições de ensino superior privadas no Brasil.

O motivo é que setor está atravessando uma de suas piores crises de valor em função do alto número de graduados em cargos que não exigem formação superior – para não falar do número de desempregados.

“Ao contrário do retorno de investimento que o ensino superior dava em relação ao aumento de salário, hoje o único retorno que ele tem dado é quase uma chance de empregabilidade. Quer dizer, o retorno não é mais o mesmo”, alertou Capelato durante a 2ª Jornada da Empregabilidade, realizada em parceria com o Gupo A e a empresa Simplicity.

Índice de empregabilidade

Diante desse quadro de crise, Rodrigo Capelato acredita que as instituições de ensino superior precisam reforçar para a sociedade seus atributos de valor, entre eles a geração de empregos.

Para isso, a entidade iniciou uma ampla pesquisa nacional para levantar dados inéditos sobre o tema. Entre 14 de outubro e 29 de novembro, egressos de todo o país serão convidados a responder, em linhas gerais, se estão empregados, se trabalharam na área de formação e qual é a faixa salarial.

O questionário está sendo enviado pela entidade e pelas instituições de ensino superior privadas que aderiram à campanha. Os resultados serão divulgados em fevereiro.

Caso seja possível obter uma amostra de no mínimo 300 instituições de ensino, será publicado um ranking das 50 IES com maiores índices de empregabilidade.

Mercado de trabalho

Vale lembrar que as transformações sociais estão mudando o perfil do trabalhador que o mercado está buscando. Hoje necessita-se não apenas de conhecimento técnico, mas, principalmente, habilidades socioemocionais, como criatividade, empatia e capacidade de trabalhar em grupo.

“O ensino básico está dando um banho no superior ao seguir a BNCC [Base Nacional Comum Curricular] e desenvolver habilidades socioemocionais em alunos de dez anos, enquanto o ensino superior ainda discute se é bom ou não”, afirmou Tito Ribeiro, coordenador de Produtos e Inovação da Fundação Estudar durante o evento.

Luiza Ribeiro, responsável pela área de talentos e diversidade do Itaú, contou que o banco busca profissionais que saibam resolver problemas, independentemente do curso do candidato, se é Biologia ou Engenharia, e tampouco da universidade. O perfil profissional mudou e o modelo hierárquico também. “Hoje buscamos um líder cada vez mais próximo, além de ambientes de trabalho abertos. Não queremos competição. Queremos colaboração e visamos quem busca gerar valor muito mais do que lucro”, detalhou.

Notícia publicada pelo REVISTA ENSINO SUPERIOR, em 28/10/2019, no endereço eletrônico: https://revistaensinosuperior.com.br/emprego-egressos-2/


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