Futuro do trabalho: escolas de negócios dos EUA inovam em seus MBAs

ÉPOCA NEGÓCIOS • 14 de novembro de 2019

Harvard Business School , a escola de negócios da Universidade de Harvard , nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

As escolas de negócios dos Estados Unidos estão inovando para acompanhar as mudanças. Com maior competição global e preços altos, as universidades apostam em plataformas online. Ao mesmo tempo, repensam os seus currículos para continuarem relevantes em um mundo mais preocupado com negócios de propósito.

“Precisamos que nossos alunos pensem no papel dos negócios na sociedade, particularmente em um momento em que o capitalismo está sendo atacado ”, diz William Boulding, da Escola de Negócios Fuqua da Universidade de Duke, à revista The Economist. Para Nitin Nohria, da Escola de Negócios de Harvard, os alunos e graduados desejam "um local de trabalho que reflita o propósito e os valores".

Apesar das escolas norte-americanas ainda dominarem a lista anual de melhores MBAs do mundo da Economist, elas já viveram momentos melhores. De acordo com o Conselho de Admissão de Pós-Graduação em Gestão (GMAC), os programas de MBA dos EUA receberam 7% menos candidaturas em relação ao ano passado. Mesmo as mais ilustres, como Harvard e Stanford, viram suas inscrições caírem em 6%.

Um dos motivos é a maior competição. Com melhor qualidade, as escolas de negócios fora dos EUA se tornam uma opção mais atraente para alunos estrangeiros ficarem mais próximos de seus países de origem. Enquanto três de quatro programas de MBAs nos EUA tiveram queda nas suas taxas de inscrições, na Ásia as candidaturas às escolas de negócios cresceram em 9%, de 2017 para 2018. Além disso, as universidades da Europa contam com MBAs mais em conta, em comparação com os americanos.

A queda não é apenas dentre os candidatos estrangeiros, mas também entre os próprios americanos: mais da metade das escolas dos EUA reportaram menos inscrições domésticas.

Para “lutar” contra essa queda, as escolas têm investido em plataformas online. A Escola de Negócios da Universidade de Boston se juntou a edx, uma empresa de educação online, para oferecer um curso completo de MBA por US$ 24 mil – menos de um terço do valor do curso no campus. A escola do MIT oferece opções similares de cursos online chamadas de micromestrados em áreas como gestão de supply chain e finanças.

Mas não é apenas o meio no qual os MBAs são ensinados que está mudando, mas também o conteúdo. A Universidade Duke incluiu uma aula de “Capitalismo e propósito comum em um mundo de diferenças”. Harvard agora tem “Liderança e Responsabilidade Corporativa” no seu currículo.

Em um mundo onde os dados, inteligência artificial e outras tecnologias estão se tornando regra no ambiente de negócios, as universidades também estão se movimentando para oferecer essas habilidades técnicas para os seus alunos. A escola de negócios da Universidade da Columbia incluiu aulas de dados, análises e programação no seu currículo.

Essas mudanças casam com o crescente interesse das empresas por profissionais com MBAs. Segundo consultorias e bancos de investimentos, eles ainda valorizam candidatos com diplomas de pós-gradução. Mesmo o Vale do Silício, que costumava negar profissionais desse tipo, estão se tornando menos hostis a MBAs. De acordo com uma pesquisa da GMAC, 80% das empresas de tecnologia planejavam contratar pessoas com MBAs este ano, próximo a consultorias (82%) e na frente de instituições financeiras (77%).

Notícia publicda no site ADMINISTRADORES, em 13/11/2019, no endereço eletrônico: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2019/11/futuro-do-trabalho-escolas-de-negocios-dos-eua-inovam-em-seus-mbas.html


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