Iniciação científica gera alunos mais criativos e capacitados para o mercado

REVISTA ENSINO SUPERIOR • 18 de dezembro de 2019

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A breve biografia de Amanda Azevedo Fumagalli, estudante de Fisioterapia, é um exemplo contundente de como a pesquisa acadêmica de base, aquela desenvolvida ainda no âmbito da graduação, pode mudar para melhor o rumo de muitas vidas. Moradora de Praia Grande (SP), na Baixada Santista, a estudante de 22 anos deu um passo importante quando decidiu participar de grupos de pesquisa da Universidade Santa Cecília (Unisanta). O trabalho de iniciação científica desenvolvido com idosos atendidos pela rede municipal de saúde trouxe para Amanda diversos benefícios.

A experiência com o meio contribuiu para que a aluna desenvolvesse novas habilidades, como fluência na leitura científica e facilidade na pesquisa de artigos, o que a ajudou muito na hora de desenvolver o Trabalho de Conclusão de Curso. Amanda também conseguiu uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – órgão de fomento ligado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – no valor de R$ 400,00, que a ajudou a pagar as mensalidades da faculdade e a custear uma pequena parte da pesquisa.

Todo esse esforço, que incluía conciliar os estudos com as atividades extracurriculares, rendeu grandes êxitos. A aluna foi uma das vencedoras da edição 2018 do Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), promovido pelo Semesp, e, neste ano, teve sua pesquisa aprovada na seletiva da Alzheimer’s Association International Conference, importante conferência mundial sobre a doença realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O caso da Amanda contextualiza bem a importância da pesquisa para o desenvolvimento do aluno e, por consequência, de sua formação profissional, que pode derivar para uma carreira acadêmica, para o mercado de trabalho ou ainda para os egressos que optarem pelo caminho do empreendedorismo. Já para as instituições de ensino superior, a prática pode se tornar uma excelente ferramenta para a criação de um ambiente voltado à pesquisa e também para a captação de alunos para os programas de pós-graduação. Por fim, numa visão mais global, a pesquisa, no âmbito da graduação, tem todos os atributos necessários para contribuir com a expansão de uma cultura de inovação e com isso promover o desenvolvimento científico no país.

Por isso que os órgãos de fomento são tão importantes. É de consenso geral que não se faz pesquisa séria e de proporções significativas sem a utilização de recursos públicos. O país apostou nessa tese e, ao longo da última década, aportou, ano após ano, quantias cada vez maiores no setor.

O orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – fundação vinculada ao MEC – para concessão de bolsas de estudo, por exemplo, passou de cerca de R$ 550 milhões, em 2005, para R$ 6,6 bilhões em 2015. Contudo, essa cifra vem caindo como consequência da crise nas contas públicas e neste ano beirou a casa dos R$ 3,5 bilhões. O CNPq também sofre com o desequilíbrio fiscal. O órgão, que detém o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), enfrenta a possibilidade de não cumprir com os pagamentos de parte dos contratos vigentes.

Notícia publicada no site REVISTA ENSINO SUPERIOR, em 17/12/2019, no endereço eletrônico: https://revistaensinosuperior.com.br/importancia-iniciacao-cientifica/


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