Inadimplência no financiamento estudantil é a maior nos últimos cinco anos no Rio Grande do Sul

GAUCHAZH • 03 de agosto de 2021

Fonte da Notícia: GAUCHAZH
Data da Publicação original: 23/07/2021
Publicado Originalmente em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2021/07/inadimplencia-no-financiamento-estudantil-e-a-maior-nos-ultimos-cinco-anos-no-rio-grande-do-sul-ckrgnyqy5005m0193uipqcrdo.html

André Ávila / Agencia RBS

Imagem: Gauchazh

Quase 30% dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) estão em atraso no Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), esse é o maior índice de inadimplência dos últimos cinco anos no Estado. Dos 89 mil contratos ativos, 26,1 mil estão com atraso superior a 90 dias, o que representa 29% do total. Em 2017, os não-pagantes eram 18%.

A crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus é uma das explicações para o aumento na inadimplência. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma taxa de desocupação de 14,7% no trimestre fechado em abril, totalizando 14,8 milhões de brasileiros em busca de um trabalho no País – o maior número de desempregados da série iniciada em 2012. Deste total, 34,6% estão na faixa etária dos 25 a 39 anos.

Muito mais que estatística, o desemprego é uma realidade para a Laura Nunes Portinho, 25 anos, moradora de Bagé, na Campanha. Formada em Direito no final de 2019, ela não conseguiu colocação no mercado de trabalho durante a pandemia. Com a crise sanitária e o adiamento da prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o sonho de colocar em prática os ensinamentos da faculdade ficou ainda mais difícil de se concretizar. E, no meio disso, o prazo de carência do Fies chegou ao fim.

— Fui até o banco para ver se algo poderia ser feito, mas eles disseram que, por ser um programa federal, só uma nova determinação em esfera nacional poderia estender o prazo. Busquei ajuda na Defensoria Pública da União, mas recebi a resposta que o assunto é de competência do Legislativo e que eles não poderiam fazer nada — relata.

Laura financiou 35% do valor da faculdade. Depois de 18 meses de formada, tem uma parcela de cerca de R$ 500 para pagar todo o mês. Sem renda, seus dados já foram enviados ao Serviço de Proteção de Crédito (SPC).

— Eu sei que eu sou apenas um caso entre muitos. Têm muitos estudantes que se formaram e não conseguiram emprego. Ainda mais o pessoal do Direito, já que a prova da OAB só foi retomada agora em junho — observa.

A reportagem de GZH aguarda a resposta do MEC se o prazo de carência será estendido para os estudantes que se formaram em meio à pandemia.

— Fui até o banco para ver se algo poderia ser feito, mas eles disseram que, por ser um programa federal, só uma nova determinação em esfera nacional poderia estender o prazo. Busquei ajuda na Defensoria Pública da União, mas recebi a resposta que o assunto é de competência do Legislativo e que eles não poderiam fazer nada — relata.

Laura financiou 35% do valor da faculdade. Depois de 18 meses de formada, tem uma parcela de cerca de R$ 500 para pagar todo o mês. Sem renda, seus dados já foram enviados ao Serviço de Proteção de Crédito (SPC).

— Eu sei que eu sou apenas um caso entre muitos. Têm muitos estudantes que se formaram e não conseguiram emprego. Ainda mais o pessoal do Direito, já que a prova da OAB só foi retomada agora em junho — observa.

A reportagem de GZH aguarda a resposta do MEC se o prazo de carência será estendido para os estudantes que se formaram em meio à pandemia.


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