Novos cursos de pós-graduação incluem excursão internacional de curta duração

FOLHA UOL • 27 de janeiro de 2020

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Pós-graduações com vivências internacionais de curta duração no currículo vêm se consolidando como uma alternativa para profissionais que não dispõem de tempo (ou simplesmente vontade) de passar longos períodos no exterior.

“Um profissional que vai para fora normalmente fica exporto a um ambiente de negócios mais dinâmico. Mas muitas vezes é difícil abrir mão de uma carreira consolidada no Brasil,” afirma Michael Hannas, sócio da recrutadora de executivos Spencer Stuart.

A médica Aline Amorim, 43, já havia migrado para a área executiva há cinco anos quando sentiu necessidade de se atualizar. Como não queria pausar a carreira e ficar longe dos filhos, morar fora do Brasil não estava nos seus planos.

Optou pelo oneMBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), que concluiu em 2018. Ao longo dos 21 meses de curso, além das aulas em São Paulo, ela fez trabalhos com colegas de mais de 20 nacionalidades e teve quatro residências acadêmicas fora do país.

A pós-graduação é ministrada em parceira com instituições estrangeiras.

“Para mim, era importante ter contato com outras culturas, outras formas de pensar”, diz Amorim, que é gerente de negócios do laboratório Fleury.

Assim como a FGV, diversas instituições oferecem cursos nessa modalidade. No exterior, os alunos participam de atividades que vão de aulas em universidades a visitas a empresas e executivos.

O Insper lançou recentemente o MBA executivo internacional, que inclui “jornadas de aprendizado” de até 11 dias em vale do Silício (EUA), Israel, França, China e Singapura.

As viagens são realizadas nos intervalos entre os trimestres. Duas delas são obrigatórias e escolhidas logo no início do curso e outras duas são opcionais.

São destinos com mercados relevantes e onde há muita coisa interessante surgindo, afirma Rodrigo Amantea, coordenador acadêmico de educação executiva do Insper.

O gerente industrial Daniel Lobo, 44, participou de duas das vivências durante a pós, que concluiu ano passado.

“Optei por EUA, pela ótima reputação do sistema de ensino americano, e China, para conhecer uma economia que transita entre o socialismo e o capitalismo”, afirma Lobo.

Em cursos stricto sensu (mestrado e doutorado), o modelo sanduíche, com parte das aulas em outro país, é mais comum. As temporadas no exterior tendem a ser mais longas, indo de 6 a 24 meses.

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, por exemplo, mantém parcerias com diversas universidades estrangeiras.

Qualquer aluno que se interessar por um trabalho desenvolvido em uma dessas instituições pode se candidatar a um intercâmbio.

Um dos programas mais procurados é o da rede Cluster, que engloba 17 universidades em países como Finlândia, Suíça e Canadá.

Uma das vantagens é o valor. Enquanto os cursos das instituições públicas são gratuitos, os MBAs com currículos internacionais podem custar mais de R$ 200 mil.

Por isso, a recomendação de recrutadores é o que os interessados avaliem o momento certo de fazer o investimento.

“Não adianta ter uma imersão em temas sofisticados da carreira se o profissional ainda não tem experiência suficiente”, afirma Thiago Pimenta, sócio da empresa de recrutamento Flow.

Justamente para evitar turmas de alunos muito díspares, as instituições selecionam profissionais que já tenham uma bagagem no mercado de trabalho, com ao menos cinco anos de atuação em cargos gerenciais ou de liderança.

Notícia publicada no site da FOLHA UOL em 26/01/2020, no endereço eletrônico: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/01/novos-cursos-de-pos-graduacao-incluem-excursao-internacional-de-curta-duracao.shtml


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