Pesquisa revela preferência de universitários por ensino presencial, apesar de crescimento de EaD

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS CEUB • 25 de março de 2024

Fonte da Notícia: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS CEUB
Data da Publicação original: 24/03/2024
Publicado Originalmente em: https://agenciadenoticias.uniceub.br/destaque/pesquisa-revela-preferencia-de-universitarios-por-ensino-presencial-apesar-de-crescimento-de-ead/

A Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades (ABRAFI) divulgou, na última semana, a pesquisa Educação em Foco – A percepção dos estudantes do ensino superior acerca da oferta no Brasil, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Guarulhos (UNG).

“O nosso interesse é que as instituições, através da nossa pesquisa, tenham ferramentas para melhorar sua oferta. Porque o ensino de qualidade é uma necessidade brasileira. Manter um ensino com precariedade de oferta é prejudicial para estudantes, para imagem do Brasil quando analisado por organismos internacionais e para os mantenedores que sofrem críticas. Então, nosso interesse é oferecer o máximo de informação possível para o mercado”, disse o presidente da ABRAFI, Paulo Chanan.

Por um lado, o estudo revela expressivo avanço nas matrículas na modalidade de educação a distância (EaD), mas mostra preferência pelo ensino presencial e impressão negativa dos estudantes sobre as aulas online.

Dados revelados

A maioria dos entrevistados pela pesquisa prefere o modelo presencial, com 43% das respostas, já o EaD possui 31%, enquanto o modelo híbrido tem 26%.

Ao avaliarem as modalidades de ensino, 49,08% dos estudantes disseram que a qualidade do ensino presencial é superior; 25,83% opinou que à medida que a oferta de cursos EaD aumenta, a qualidade aumenta proporcionalmente; 20,39% considera o ensino EaD com qualidade igual ou superior ao presencial; e 4,7% acredita que à medida que a oferta de cursos EaD aumenta, a qualidade diminui proporcionalmente.

Quando questionados sobre as principais desvantagens dos cursos EaD, 40,92% dos entrevistados disseram que não há suporte para tirar a dúvida na hora; 34,21% declararam que a qualidade de ensino não é bem avaliada no mercado de trabalho; 9,9% apontaram a qualidade do material didático; 8,09% disseram que a grade curricular não é menor que a do presencial e 6,89% consideram que as faculdades EaD não tem prestígio.

A pesquisa apontou que os alunos esperam práticas presenciais mesmo em cursos EaD. Dentre os ouvidos, 53,93% responderam que a parte prática de um curso EaD ser presencial aumenta o interesse pelo curso; 29, 06% disseram que esse fator é indiferente para a escolha; e 17,01% declararam que a parte prática ser presencial é algo que diminui o interesse pelo curso EaD.

Foram entrevistadas 4.081 pessoas, regularmente matriculadas em cursos regulares, presenciais e a distância, de instituições de ensino superior credenciadas pelo MEC, no território brasileiro. Desses, 47% residiam no Nordeste, 26% no Sudeste, 17% no Norte, 8% no Centro Oeste e 4% no Sul; além disso, 48% cursavam o ensino EaD e 52% o presencial.

Confira o ebook completo com os resultados da pesquisa aqui.

Crescimento das matrículas

O Censo da Educação Superior de 2022 mostra crescente no número de ingressantes em cursos EaD e queda em relação a anos anteriores. O último levantamento registrou o ingresso de mais de 3 milhões de estudantes na graduação EaD e 1.656.172 no ensino presencial.

A tendência é de que, nos próximos anos, o número de estudantes matriculados em cursos EaD se aproxime dos matriculados na modalidade presencial. O último levantamento registrou 5.112.663 inscritos presencialmente e 4.330.934 à distância.

Entretanto, essa é uma realidade predominante em centros de ensino privado. Apenas 5,5% dos alunos da rede federal de educação superior estão matriculados na modalidade EaD. Na rede privada com fins lucrativos, as matrículas EaD correspondem a 66% do total.

Resultados

O presidente da associação, Paulo Cesar Chanan Silva, concedeu entrevista sobre o lançamento. Confira um trecho:

Agência CEUB: Como a ABRAFI pretende atuar diante dos resultados da pesquisa?

Paulo Chanan: “A primeira coisa é a gente dar divulgação ampla a esses dados e, aos que são associados da ABRAFI, a gente vai promover treinamentos e capacitação no sentido de esclarecer o que pode ser adicionado a essa oferta, utilizando os dados que os alunos trouxeram, de que maneira eu posso agregar valor ou fazer algum tipo de pesquisa. No sentido de verificar se de fato, dentro da minha instituição, a pesquisa tem um reflexo igual, para tentar fortalecer.

O que a ABRAFI precisa, enquanto associação, é dar suporte aos mantenedores, para que eles consigam, através do resultado da pesquisa, melhorar suas ofertas. Uma coisa é certa, o país vive um problema de oferta, não é de modalidade, porque a modalidade EaD precisa ser preservada, ela precisa existir, tem lugares do país que não funcionam se não for à distância.

A crítica que se faz hoje, a modalidade que muitos estão fazendo, inclusive dentro do Ministério da Educação, querendo evitar que cursos sejam ofertados na modalidade de distância, é muito ruim no país. Porque, se você tirar um curso da oferta de distância, você impossibilita muita gente de fazer aquele curso. Agora, a melhoria da oferta, sim. A oferta é o problema brasileiro, e a ABRAFI vem falando isso desde o meio do ano passado.”

Conheça nosso ambiente de Cursos

Compartilhe


Restrito - Copyright © Abrafi - Todos os direitos reservados