MEC quer que universidades parceiras complementem a formação de alunos da rede pública

G1 • 06 de novembro de 2019

Adesão é voluntária e pode ser feita por instituições públicas ou privadas.

Por Afonso Ferreira, G1


Lançamento do programa Educação em Prática — Foto: Afonso Ferreira/G1

O Ministério da Educação (MEC) lançou nesta quarta-feira (6) o "Programação Educação em Prática", no qual prevê que universidades parceiras ofereçam seus espaços e professores para complementar a formação de alunos do ensino médio e também do fundamental II (6º ao 9º ano).

De acordo com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a adesão será voluntária e as universidades "serão bem avaliadas por isso". Participantes do programa devem ganhar pontos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que o governo diz já considerar atividades de extensão e responsabilidade social.

"Sempre que a iniciativa privada puder estar presente, ela é muito bem-vinda" - Abraham Weintraub, ministro da Educação

De acordo com o secretário de Educação Básica (SEB), Janio Macedo, o objetivo é que alunos de escolas públicas tenham a oportunidade de usar as estruturas e os professores das faculdades parceiras em atividades do ensino em tempo integral.

"Temos várias escolas públicas do país que não tem um laboratório de qualidade, às vezes não têm nem uma quadra de esportes, não têm como fazer para levar para aquele aluno uma educação de melhor qualidade apesar de todos nossos desejos e anseios. E não temos recursos públicos no momento em quantidade para fazê-lo." - Janio Macedo, secretário de Educação Básica (SEB)

Segundo Macedo, a adesão é voluntária e pode ser feita por instituições públicas ou privadas. Ele disse ainda que esse acordo de cooperação tem que ser construído entre a instituição de ensino, o MEC e o Consed e a Undime.

O governo espera que as universidades parceiras usem seus alunos de pedagogia e licenciatura para dar aulas para os alunos da rede pública para "prática efetiva" em sala de aula, uma espécie de "estágio supervisionado".

Segundo o MEC, o Brasil tem 2.152 instituições de ensino superior privadas e 296 universidades públicas que podem aderir participar do programa. Os 38 institutos federais e os dois Centros Federais de Educação Tecnológica também podem participar do programa. "Esse é o nosso público alvo", disse Macedo.

Macedo lembrou das altas taxas de evasão no ensino médio e disse acreditar que o programa pode incentivar a permanência na escola. "Esse aluno, ao começar a frequentar as universidades, ele vai ter um atrativo", disse o secretário.

Vagas oferecidas pelo governo

Durante o lançamento do programa, o MEC anunciou que pretende ampliar em quase 50% a oferta do Ensino Médio em Tempo Integral. Cerca de R$ 330 milhões serão destinados para a manutenção e ampliação do Novo Ensino Médio e do Ensino Médio e Tempo Integral.

O MEC diz que 500 novas escolas públicas serão apoiadas para oferecer 40 mil novas vagas do ensino médio em tempo integral. Além disso, 40 escolas piloto vão passar por um trabalho de implementação da educação em tempo integral no ensino fundamental II.

Notícia publicada no G1, em 06/11/2019, no endereço eletrônico https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/11/06/mec-quer-que-universidades-parceiras-complementem-a-formacao-de-alunos-da-rede-publica.ghtml


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