Quase 10 milhões de estudantes estão em escolas públicas sem condições básicas de infraestrutura, aponta estudo

JORNAL HOJE • 16 de junho de 2021

Fonte da Notícia: JORNAL HOJE
Data da Publicação original: 15/06/2021
Publicado Originalmente em: https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2021/06/15/quase-10-milhoes-de-estudantes-estao-em-escolas-publicas-sem-condicoes-basicas-de-infraestrutura-aponta-estudo.ghtml

De acordo com o estudo, 6,1 milhões alunos (26,91%) das redes municipais de ensino e 3,7 milhões (24,73%) das redes estaduais estão matriculados em escolas que apresentam ao menos um problema de infraestrutura que dificulta o cumprimento dos protocolos de segurança para o enfrentamento da pandemia.

Foram analisadas informações de 137,7 mil escolas e de 38 milhões de estudantes. O levantamento apresenta os seguintes dados extraídos do Censo Escolar 2020: conexão à internet e acesso a redes de esgoto, energia e água potável.

Os dados obtidos nesse levantamento foram encaminhados aos Tribunais de Contas para ações de controle de fiscalização.

Por conta desses fatores, muitos pais tem preferido deixar o filho em casa do que mandar para a escola. Ariane Margareth conta que a creche que o filho estuda, na Zona Sul de São Paulo, tem um buraco na entrada, que fez com que duas salas estejam interditadas. Para evitar a aglomeração, o local não consegue atender nem com a capacidade reduzida liberada.

"Mesmo sendo só os 35%, não tá indo os 35% porque eles têm que ficar dividindo sala, porque não tem sala suficiente para cada turma", explica.

O professor Reinaldo Reis Alves, que ensina artes em uma escola municipal de São Paulo, diz que é difícil produzir conteúdo para os alunos que estão em casa.

"No ano passado nós usamos a nossa internet pessoal e nossos equipamentos. Agora, a gente recebeu o notebook, porém eu não consigo usar ele na escola. Eu não consigo usar o notebook porque não tem internet. A internet aqui ela é muito ruim. Ela é de baixa qualidade", conta.

Ele também diz que o prédio da escola é antigo e, em algumas salas, a circulação de ar poderia ser maior.

Cezar Miola, presidente do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa, explica que o objetivo agora é insistir na fiscalização e cobrar medidas efetivas para oferecer tranquilidade aos alunos e professores.

"O objetivo é garantir o aprendizado, a retomada das atividades. E nós, com esse trabalho, temos por objetivo fornecer mais subsídios aos tribunais de contas para suas ações de controle de fiscalização", ressalta.


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