VALOR INVESTE • 29 de junho de 2020
O setor de ensino superior deve sofrer com baixa em seus principais indicadores neste ano. A taxa de inadimplência (atrasos com mais de 90 dias) deve chegar a 11,3% neste ano, percentual recorde deste 2006, quando o Semesp, sindicato do setor, passou a apurar o dado. A média costuma ficar em torno de 9%. “Esse é o cenário mais realista que temos neste momento”, disse Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.
Em maio, a inadimplência ficou em 23,9%, o que representa um aumento de 51,7% quando comparado ao mesmo período de 2019. Esse indicador refere-se a atrasos de um mês. O atraso nos pagamentos tem afetado mais os pequenos e médios grupos educacionais que não têm caixa para bancar as renegociações, segundo Capelato.
Outro indicador pessimista refere-se a taxa de evasão de alunos, cuja expectativa é que termine o ano em 40% contra a média de 30% de períodos anteriores.
Além disso, a captação de novos alunos no vestibular de inverno pode ser 70% inferior quando comparado ao mesmo período de 2019. “Levando-se em consideração as pesquisas no Google sobre novas matrículas houve uma queda de 70%. Esse número que estamos projetando”, disse Capelato.
Segundo o diretor-executivo do Semesp, a atual crise deve afetar tanto alunos de cursos presenciais quando de cursos on-line, que têm uma mensalidade menor. “O desemprego está afetando muito as camadas de renda mais baixa, que normalmente faz cursos a distância porque a mensalidade é menor”, disse.
Notícia publicada no site VALOR INVESTE, em 29/05/2020, no endereço eletrônico: https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2020/06/29/taxa-de-inadimplencia-no-ensino-superior-deve-atingir-recorde-de-113percent-em-2020.ghtml